computer world, kraftwerk

O disco Computer World (1981), do Kraftwerk, já apontava sobre o impacto das tecnologias computacionais na vida. Onde essa máquina – o computador – iria costurar uma nova camada mundial, passando a ser um dos regentes da vida cultural e econômica da sociedade, inaugurando assim um Mundo dos Computadores. “Business, numbers/ Money, people/Business, numbers/ Money, people/Computer world” – letra trazida na faixa título do disco, identifica que essa máquina é local de negócios bem como de “Crime, Travel, Communication, Entertainment”: ou o mundo mesmo, como já era, dentro da máquina. O computador também seria um um instrumento musical, já que “Pressionando uma tecla especial/Toca uma pequena melodia”. O Kraftwerk entende o computador como, também, ferramenta de produção sensível, um instrumento de geração de arte. Mas é na música Home Computer que a banda traz uma perspectiva sobre a importância de dominarmos a programação como ferramenta poderosa individual, reforçado em 2012 por Rushkoff “Programe ou será programado”: “Eu programo meu computador de casa, Transmitindo-me para o futuro”. Além das letras com frases curtas e proféticas, o disco traz músicas de sons essencialmente sintéticos, pensados para o mundo da dance music. Aí vemos a associando a experimentação estética com elementos pops da música. Uma direção contrária às experiências anteriores dos sons orgânicos processados via máquinas pelos pesquisadores da Eletroacústica, como Karlheinz Stockhausen, lá na década de 1950, na universidade de Colônia (Alemanha). Kraftwerk rompe com o discurso acadêmico e laboratorial na música experimental que vinha da Música Concreta e da Eletroacústica e aponta para as pistas de dança. Esse é o legado que vai influenciar toda uma geração da cultura da dance music e da música experimental e ponto de promover bases para novos gêneros musicais como a música Numbers, que trouxe o conceito do electro e fincou as bases do gênero.

Publicado por claudiomanoel

Cláudio Manoel Duarte é prof em linguagens, tecnologias e cultura, doutorando, mestre em Comunicação e Cultura Contemporânea pela UFBA/Cibercultura, produtor cultural. E criador da gata Tui, uma linda siamesa.

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